segunda-feira, 18 de junho de 2012

À Conversa com António Sousa (Treinador/Dirigente).



É actualmente treinador da equipa de Juvenis Femininos e simultaneamente Presidente da Secção de Andebol da AAC. É difícil exercer as duas funções?

Nunca é fácil ter duas tarefas em simultâneo dentro de um clube, mas com vontade de ajudar tudo se torna mais fácil. Neste momento consigo desempenhar as duas funções porque estou desempregado, mas desejo que seja uma situação temporária, pois na Académica de Coimbra somos todos voluntários, nenhum dos treinadores ou dirigentes recebe seja o que for, nem ajudas de custo, e ninguém consegue viver do ar. Se tiver de sacrificar a minha ligação ao andebol, porque uma função profissional que possa vir a desempenhar não ser compatível, não hesitarei.

Qual a que prefere?

Sem qualquer dúvida a de treinador. Mas num momento difícil para o andebol da AAC foi-me solicitado para assumir a Direcção da Secção, e não tive como dizer não.

No seu percurso como treinador representou clubes como a Académica de Coimbra, Santa Clara, Clube de Condeixa, Gil Eanes e as Seleções Regionais. Qual o que mais o marcou?

Todos me marcaram, o Santa Clara porque foi um clube em que colaborei na altura para o seu reaparecimento e que ajudei a crescer. A Académica porque sempre foi o meu clube, e foi neste clube que me apaixonei pela modalidade. O Gil Eanes pela sua excelente organização, por ter aprendido novos métodos com as pessoas que faziam parte da organização, nomeadamente com os treinadores e treinadoras.

Foi no Gil Eanes que lhe nasceu o gosto pelo andebol feminino?

Sim, sem dúvida. Nunca tinha dado grande importância ao andebol feminino, e hoje sou um defensor.

No seu regresso a Coimbra, apareceu a treinar a equipa de juvenis  anterior. Como lidou com isso?

Está a ser uma experiência bastante gratificante. Foi algo para que vinha preparado. Estamos a terminar a segunda época, e os resultados são notórios. Deixamos os resultados desnivelados para passarmos a ter resultados bastante nivelados, alguns não se traduziram em vitória por haver ainda, uma falta de experiência de competição das jogadoras da AAC.


Acha que a Académica de Coimbra poderá no futuro ter equipas femininas a discutir a presença em fases finais nacionais?

A minha opinião pessoal é sim, podemos. Mas para que isso seja uma realidade terá de haver mais e melhores condições para a prática da modalidade na Cidade de Coimbra. Actualmente é difícil competir contra certos clubes que tem condições muito melhores que nós, nomeadamente os espaços para treinar.

Na sua opinião considera que a AAC se deveria dedicar em exclusivo ao andebol feminino?

A Académica é um clube, em tudo diferente dos outros. Na minha opinião a Académica deverá sempre manter o andebol feminino e o masculino. É histórico que no passado, por mais de uma vez, houve pessoas que acabaram com o andebol feminino, mas felizmente aparece sempre alguém para o revitalizar.

Quais os objectivos desportivos para a próxima época?

É publico que procuro solução para a minha situação profissional, e que essa solução poderá passar por ter de abandonar a cidade e o país. Penso que não deverei ser eu a traçar objectivos, mas sim as pessoas que irão dar continuidade ao projecto desportivo do andebol da AAC. Apenas poderei contribuir com o meu apoio.

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