É actualmente treinador da equipa de
Juvenis Femininos e simultaneamente Presidente da Secção de Andebol da AAC. É difícil
exercer as duas funções?
Nunca é
fácil ter duas tarefas em simultâneo dentro de um clube, mas com vontade de
ajudar tudo se torna mais fácil. Neste momento consigo desempenhar as duas funções
porque estou desempregado, mas desejo que seja uma situação temporária, pois na
Académica de Coimbra somos todos voluntários, nenhum dos treinadores ou
dirigentes recebe seja o que for, nem ajudas de custo, e ninguém consegue viver
do ar. Se tiver de sacrificar a minha ligação ao andebol, porque uma função
profissional que possa vir a desempenhar não ser compatível, não hesitarei.
Qual a que prefere?
Sem
qualquer dúvida a de treinador. Mas num momento difícil para o andebol da AAC
foi-me solicitado para assumir a Direcção da Secção, e não tive como dizer não.
No seu percurso como treinador
representou clubes como a Académica de Coimbra, Santa Clara, Clube de Condeixa,
Gil Eanes e as Seleções Regionais. Qual o que mais o marcou?
Todos me
marcaram, o Santa Clara porque foi um clube em que colaborei na altura para o
seu reaparecimento e que ajudei a crescer. A Académica porque sempre foi o meu
clube, e foi neste clube que me apaixonei pela modalidade. O Gil Eanes pela sua
excelente organização, por ter aprendido novos métodos com as pessoas que
faziam parte da organização, nomeadamente com os treinadores e treinadoras.
Foi no Gil Eanes que lhe nasceu o
gosto pelo andebol feminino?
Sim, sem
dúvida. Nunca tinha dado grande importância ao andebol feminino, e hoje sou um
defensor.
No seu regresso a Coimbra, apareceu
a treinar a equipa de juvenis anterior.
Como lidou com isso?
Está a ser
uma experiência bastante gratificante. Foi algo para que vinha preparado.
Estamos a terminar a segunda época, e os resultados são notórios. Deixamos os
resultados desnivelados para passarmos a ter resultados bastante nivelados,
alguns não se traduziram em vitória por haver ainda, uma falta de experiência
de competição das jogadoras da AAC.
Acha que a Académica de Coimbra
poderá no futuro ter equipas femininas a discutir a presença em fases finais
nacionais?
A minha
opinião pessoal é sim, podemos. Mas para que isso seja uma realidade terá de
haver mais e melhores condições para a prática da modalidade na Cidade de
Coimbra. Actualmente é difícil competir contra certos clubes que tem condições
muito melhores que nós, nomeadamente os espaços para treinar.
Na sua opinião considera que a AAC
se deveria dedicar em exclusivo ao andebol feminino?
A Académica
é um clube, em tudo diferente dos outros. Na minha opinião a Académica deverá
sempre manter o andebol feminino e o masculino. É histórico que no passado, por
mais de uma vez, houve pessoas que acabaram com o andebol feminino, mas felizmente
aparece sempre alguém para o revitalizar.
Quais os objectivos desportivos para
a próxima época?
É publico
que procuro solução para a minha situação profissional, e que essa solução
poderá passar por ter de abandonar a cidade e o país. Penso que não deverei ser
eu a traçar objectivos, mas sim as pessoas que irão dar continuidade ao projecto
desportivo do andebol da AAC. Apenas poderei contribuir com o meu apoio.
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